segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Remember, remember...

No domingo passado, o nosso caro amigão Ben trouxe fogo de artificio para as suas crianças portuguesas. Quanta emoção! Dar fogo ao rastilho, ve-lo a ser sacrificado por um espectáculo de luz. A bomba estala, o foguete sai disparado e as faíscas tentam cegar-nos. Nice try faíscas.. maybe next time!!
Para quem não sabe hoje, 5 de Novembro, é o dia do Guy Fawkes. Personagem esta que tentou assassinar, ou melhor, explodir o Rei Jaime I, mas foi mal sucedido, procedendo-se ao seu enforcamento, depois de um primeiro prato de tortura. E por isso toda a gente comemora e rejubila, lançando foguetes à noite, dando de comer às estrelas! lindo!

music from Final Fantasy: Distant Worlds
Na sexta feira passada fui a um concerto sozinho. Ou melhor, fui acompanhado de um grupo de belgas porque lhes comprei um bilhete. Só tinha sabido que o concerto iria acontecer dois dias antes e por isso fiquei desesperado (ok, não tanto) para ter lugar no espectáculo.
Lá consegui. Bilhete para um óptimo lugar quase colado ao palco, podendo quase ver sem óculos aquelas caras inspiradas na orquestra! Esta vista cansada..
A orquestra e o coro estavam a dar tudo por tudo para tornar aquela noite épica, e o maestro, qual apresentador de televisão, soltava umas piadas divertindo a plateia. Falando em plateia, ainda pude ver alguns membros da audiência vestidos tal e qual a sua personagem preferida. Muito, muito geek.. mas divertido e fez-me pensar "eu sou tão mais cool". Ou talvez não.
Guest vocals, óperas, canções que me encharcaram com um balde fundo de nostalgia e me fizeram perceber o quão geek eu sou.
O ponto alto da noite talvez tenha sido conhecer uma das cantoras convidadas, a Crystal Kay. Quando o concerto acabou fui o único a esperar na Stage Door, de onde saiam os artistas. Estava quase, quase a desistir, quando ela saiu. "Crystal, can I take a picture with you?", "Sure!". Pude dizer-lhe que já a conhecia há algum tempo, mas os meus nervos já davam sinais de si, e não consegui conversar muito mais. Sabem quando depois de alguma coisa inesperada acontecer pensam que podiam ter dito isto ou aquilo? Fiquei um bocado assim mas estava eufórico por conhecer alguém daquele meu mundo. Um dos pontos altos do ano!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Terra à vista

TERRA À VISTA!! gritou o marinheiro lá de cima, do azul. Apoiando-se ao mastro quebrado pela última tempestade, inclinou-se para a frente em direcção ao pequeno ponto que flutuava nos seus olhos, como se isso acelerasse a chegada. O seu cheiro a peixe podre era tão forte e estava tão entranhado nos seus ossos, que as gaivotas, guiadas pelo intenso fedor, bicavam-lhe a cabeça à vez e sem piedade. Mas ele não se importava. Trabalhar no mar implicava levar dezenas, ou talvez centenas de bicadas de gaivota e às vezes, papagaios selvagens. Era um mal que vinha com o ofício, e nada se podia fazer. Nos dias piores, em que bandos desciam do céu para o ataque, a sua cabeça calosa e dormente aventurava-se para além da linha do horizonte, onde o céu e o mar se dividiam e onde o mundo acabava numa enorme cascata para o vazio do universo. Mas naquele dia, não foi a linha contínua que viu, mas uma ilha do tamanho de uma migalha de pão lá bem ao longe onde ainda o sol não brilhava.

Oh hello there! Sim, preguiça de escrever ou talvez nada de mais para contar! A minha vida pessoal escrita num blog para qualquer humano deste planeta ler? NUNCA! Mas foi isso que fiz durante mais de um ano, contando aventuras para lá da linha do horizonte.

A mãe e irmã estiveram cá e foi uma boa cura para o stress e para o constante-pensar-em-trabalho. Vida de turista, andámos por ruas compridas e parques desertos, o sol decidiu brilhar como nunca ousou brilhar. Musical, Queen, Portobello, Tate, Oxford St, Museus Museus, Green Park, etc. A Inha ficou maravilhada com a cidade e acho que as duas puderam ver a boa/aceitável vida que eu cá levo. Um quarto só para nós os três, um descanso e sem preocupações mentais, mentais, mentais. Voltem por favor!

Comprei um raio de um Iphone. No ebay. Sim, porque eu não me posso dar ao luxo de comprar um full price e novinho em folha. Não importa, está impecável, posso tirar fotografias e rir-me delas, fazer videos estranhos. Não quero facebook obrigado. Dispenso. Já basta ter de ir ao facebook todos os dias no computador, no trabalho e em casa. Não me vou depender do Iphone. Ele não me prende! *Passado um ano Martim acaba na cadeia para viciados de Iphone* = muito. muito. má piada. mas boa.

 Quando voltarei a escrever? E se voltar, será que é desta que escrevo alguma coisa interessante? Tal como o estado de Portugal? Tal como o facto de talvez não voltar tão brevemente como gostaria para lá? Não é que não esteja bem cá, mas que bosta fizeram ao meu país? Ninguém é condenado e preso? Sabendo nós quem são os culpados? Estou a gostar que isto esteja a ganhar um contorno político! Inédito neste blog de um palhaço para tigres (what?). Portugal, se estiveres a ler isto, levanta-te que estás caído e veste-te que estás sem calças, o que para alguns é uma vergonha. Pessoalmente, gosto de andar sem calças, mas isso sou eu, um cidadão comum com sonhos de ser algúem. Mas tu és um godamn País! Pessoas vivem em ti e alimentam-se de ti! Tira esses parasitas e queima as carraças que chupam o sangue! Livra-te dos cães raivosos que te matam o gado! Lindo, bravo! Assim talvez um certo dia de sol, eu possa aparecer vindo do além, caminhando sobre a água (espero que não seja uma blasfémia..), e por o pé direito num país que foi meu.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Cabeça de Vaca



A vida por cá continua, com algumas mudanças e outras novidades. Por Portugal aposto que as coisas continuam iguais, mas talvez mais aquecidas.

No outro dia fui à exposição no Tate do Damien Hirst. Adorei. Mas percebo quem não goste. Os temas (nascimento, vida, morte) são exploradas de formas chocantes e originais que nos enojam e fascinam. A cabeça de vaca descansa sobre o seu próprio sangue e as moscas alimentam-se, sugando o sangue da língua descaída. Acho engraçado como as pessoas ficam atordoadas por verem tal peça, mas ao mesmo tempo deixam-se ficar bons minutos com os olhos postos naquele espectáculo. O sangue, mais propriamente, a Morte fascina-nos, talvez por nunca a virmos a conhecer enquanto vivos. Se é que isto faz algum sentido. Se estamos vivos, estamos vivos, se estamos mortos, estamos mortos. No momento em que conheceremos a Morte, já ela terá tomado conta do nosso corpo.



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Eh Calor!


E qualquer dia morremos sem nunca termos saído desta gruta!, gritou ela perdendo o controlo. O eco levou a sua voz.

There's a secret abyss up ahead, he said. How do you know that?, she asked. I know my way around these caves.
And he was right. Crawling through a small, tight tunnel, they ended up finding the secret abyss. Carefully she reached the edge and looked down. The blue walls surrounding them faded into darkness and no sound could be heard.


Em cima, experiência que fiz com uma filmagem do por do sol. Um por do sol de diamante! Vale ouro!

Eu sei que falo muito do clima de Londres. Por isso vou falar mais um bocado. 30º no fim de semana que agora passou. FIM
Sábado fui com o João, Francisca e mais amigos para o parque de Hampstead Heath. Parque quer dizer.. parecia que tinhamos ido para o campo e que estávamos prontos para pastar o gado! (ou então não). Como (estupidamente) não tenho fato de banho cá, não dei um mergulho no lago. Os lagos estavam fechados e divididos em zonas masculinas e femininas. Não obrigado, deixo o mergulho para outro dia, passem bem e refresquem-se à vontade que eu cá aguento o suor, calor, e mau humor.

Penso seriamente que só vou a Portugal no Natal..! Eu tenho pena e sei que tu também, mas a viagem está cara para Setembro e sendo eu um rapaz exigente com a quantidade de dias que passo na terrinha, não quero ir só 4 dias. Parece-me um bom desperdício. NO ENTANTO, a minha mãe e irmã vêm cá por isso sempre trazem um bocado de Portugal com elas.

Mãe e sua filha agarram nas pesadas enchadas e põe mãos à obra. Com um sorriso radioso na cara, arrancam com vigor um bonito pedaço de Portugal e atiram-no para o carrinho de mão qual animal morto. Londres aí vamos nós! E dando voltas à roda do carrinho, com um pé atrás do outro, partem por aquela estrada fora para dali a 4 dias voltar.

domingo, 12 de agosto de 2012

Saltar o Mar


Era ali que estava o seu alvo. Dentro daquela casa branca, simples, de ângulos rectos e com poucas janelas, estava uma criança que valia uma quantia que daria para sustentar qualquer pessoa para o resto da vida. O sol estava alto e não havia uma nuvem no céu azul. Ele olhou em volta para as dunas e certificou-se que não estava a ser observado. A sua experiência como caçador de prémios, era pouca, mas devido aos seus excelentes resultados, tinha-lhe sido confiada esta importante missão.
Avançou para a porta e carregou no botão. A campainha soou pela casa, mas não se ouviu nem passos, nem qualquer sinal de presença humana. Talvez não esteja ninguém, pensou ele. Mas de repente, sob os seus pés, o chão começou a vibrar e por momentos pareceu-lhe que as paredes se contorciam. A casa está viva?, que se passa? A casa começou então a elevar-se lentamente e com um estrondo, as raízes que prendiam a estrutura da casa ao solo partiram-se. A casa estava a voar. Ele tinha de saltar dali. Mas era tarde de mais, já se encontrava a uma altura que se saltasse, partiria uma perna ou o pescoço. Olhou então para dentro de casa e viu, emoldurada por uma janela interior, uma criança com uma mochila às costas.


Ficámos então reduzidos a 3 cá em casa. A Joana foi hoje para Lisboa para depois partir para o Dubai onde vai estagiar. Uns partem, outros vão e outros ficam no casarão! É o que se dizia na minha terra. Ou não.
Daqui a bocado vamos montar o projector no pátio e ver um filme com os vizinhos! Está uma boa noite de Verão londrina por isso o que é melhor que uma sessão de cinema lá fora? Alguém me diga.

Gostava muito de, para o ano, ir trabalhar para outro país. Sei que não é uma coisa que se faz facilmente (saltar de país em país com um ano de intervalo), mas viajar por algumas semanas num país não nos faz conhecer completamente a sua cultura e as suas pessoas. Posso dizer que durante dois anos, fiquei a conhecer melhor o povo inglês, a sua maneira de falar, expressões, humor, hábitos, etc e quero que isto posso acontecer noutro sítio também. Trabalhar em New York, Brasil, 日本, Buenos Aires, 대한민국.. a lista continua. E se eu ainda não tenho uma família para sustentar, porque não? O mundo é pequeno, basta saltar o mar e ter dinheiro para pagar!

domingo, 5 de agosto de 2012

Guillemots


4 da manhã, chuva outra vez. Já há muito que estava acordado, mas só agora tivera coragem de abrir os olhos e ver que o dia ainda não tinha nascido. Atirando o lençol para o lado, sentou-se na cama e olhou para o vazio. Foi então que aconteceu. Um som seco ecoou pelo corredor até aos seus ouvidos. Ora, visto que ele decidira viver sozinho há uns anos, valorizando a sua privacidade acima de tudo, é normal que aquele som lhe tivesse arrepiado. Ele viva sozinho, mas naquele momento alguém, ou alguma coisa estava na sua casa. Levantou-se sem fazer barulho e, conhecendo os cantos à casa, mesmo em plena escuridão, saiu para o corredor. Com os seus sentidos alerta ao mais pequeno sinal, avançou passo a passo até à sala. A sua visão tinha-se agora adaptado à escuridão. Espreitando pela fresta da porta encostada da sala, os seus olhos revistarem a divisão. Ao princípio não notou nada de estranho. Talvez tenha sido a minha imaginação, pensara ele, mas de repente pode ver que uma massa escura ganhava forma sobre o cadeirão ao pé da janela. Susteve a respiração, mas so silêncio quebrou-se. Entra, disse a forma, e fecha a porta atrás de ti.

Ahoy! What's up people of Planet Eath?
Ontem fui ver um concerto dos Guillemots em Hackney House. Não conhecia esta banda, mas foi uma boa surpresa (também ajudou que a única rapariga do grupo fosse bem engraçada). Depois disso, fomos dar uma volta por Shoreditch e acabei em casa com uma bela dor de barriga depois de tanto amendoim salgado consumido. Bela maneira de acabar a noite. Deitei-me na cama, adormeci que nem um rochedo e acordei com uma dor de cabeça como se estivesse de ressacada (Nota: bebi uma cerveja).

Em Setembro lá me mudo para os novos escritórios da Google. Cliquem aqui para ver as fotografias. Tenho de dizer que tenho muita sorte em trabalhar para a Google. É quase como uma segunda casa, onde me dão comida (3 refeições por dia), ginásio, dinheiro e outras coisas menos interessantes. Agora o que interessa é que me renovem o contracto, me aumentem o salário e estou pronto para ir para a nova sede!! *Martim, é despedido e sonho despedaça-se no chão. Martim chora agarrado aos cacos e tenta colá-los desesperado*.

Dia 2 o meu Pai fez anos e fez-me mais uma vez pensar que o tempo passou muito rápido. Há um ano estava eu a uploadar no blog uma imagem com nuvens e este ano uploado uma imagem de um concerto.

domingo, 29 de julho de 2012

Graduation Part II


More pictures of the graduation day! As you, dear reader, can see by our faces, we are extremely happy and that ceremony changed our lives forever. *sarcasm input*

These past few days I've been stressing about the videoclip I need to make, but Roman (my friend from LCC) has been helping me a lot, giving me feedback and suggestions for the film scenes. Hopefully everything will go according to plan.
Anyway, we've been increasing our Heavy Mosh team and I hope we can have at least one more person in the video department, as I'm always really busy with work and side projects.

The summer week has passed and today it's been raining again. Yesterday, an english guy told me that now I knew why british people always talk about the weather. And it's true, they talk a lot about the weather. I guess it's because there is a persistent hope that the weather gets better, and when there is a sunny day they/we almost feel like celebrating.

I still want to create another blog, but I've just been to busy to think about a proper name for it..
I guess this one is just becoming an excuse for me to show these picture collages!

sábado, 21 de julho de 2012

Graduation


E pronto. Graduei-me. Tivemos uma sorte do caraças porque o tempo estava mais ou menos bom e pudemos ir para Hoxton square beber e conviver.
A graduation em si foi engraçada. Nada de mais. Uns quantos discursos meio típicos e depois cada aluno foi chamado ao palco para não receber nada. Pensei que se recebesse um diploma simbólico ou assim! Mas nada. "Martin Om dé Scadura dé Carvalho Monica", aperto de mão, "Congratulations" e fim. De qualquer maneira, valeu a pena ir, nem que fosse para vestir aquele traje, atirar o chapéu ao ar e rever velhos e bons amigos.

Para a semana diz-se que vão estar 30º!! *dies of happiness*

Mais tarde posto mais fotografias da Graduation!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Continuemos...


Uma folha disse à outra:"Não aguento mais. Custa-me agarrar-me a este ramo todos os dias, esforçando-me para não cair na terra. A minha energia diminui de dia para dia".
A outra folha voltou-se para o lado para pensar (e porque estava uma ventania). Tinha de arranjar uma solução para aquele mal que afectava todas as folhas daquela árvore. Todos os dias, e com a chegada do Outono, elas caiam continuamente. "Tenho de resolver este problema", disse mais uma vez para si mesma.
No dia seguinte, a outra folha queixosa acordou e já quase sem forças virou-se para a folha do lado, "Hoje é o dia em que.. o que estás a fazer?". A outra folha exibia os seus dentes, num sorriso de orelha a orelha, enquanto outras folhas se atiravam do ramo presas por cordas. "Abri um negócio de bungee jumping".
E assim, nenhuma folha morreu a partir daquele dia.
FIM


Mergulho neste blog, PARA CAIR DE CHAPÃO! Doí mas dá para rir depois. hehe hm..
Estou cansado de escrever sobre os meus dias. Não tenho nada de mais para contar, para além do meu trabalho para a Google e para outros projectos. Falar sobre a minha vida pessoal está fora de questão (o que estiveste a fazer até agora?, perguntam vocês. Pois bem, podem perguntar que não vão ter resposta. Eu sou o dono da faca e por isso só eu posso cortar esta manga madura. Continuemos..)
Um blog de histórias. Um blog dedicado exclusivamente a histórias improvisadas, sem nexo, e com pontas de locura.
Imaginem:

Paciente: História nº 372
Diagnóstico: Insanidade Mental.

Não seria interessante escrever um blog dedicado a estes contos?
Uma forma extremamente inteligente de tirar o excesso de sumo mental que há no meu cérebro.

No fim de tudo não conto nada de interessante. Nada que vos faça mudar as vossas vidas e que vos faça pensar "Realmente... ele tem razão quando diz isto ou aquilo". Será apenas um escape à rotina madrasta, que é uma mulher devassa.

Quinta será a minha graduation. Encontrarei velhos amigos do curso, vestirei o meu gown e atirarei o chapéu ao ar (ou só os Americanos é que fazem isto?). Vim para Londres fazer o curso e dia 19 será o eterno ponto final. Feito. Continuemos...

terça-feira, 10 de julho de 2012

O Aquário


"Não é como se eu tivesse alguma escolha. O meu criador fez-me assim. Eu penso, sinto e reajo de uma maneira pré-formatada por mãos humanas. As mãos do meu criador.
Os glóbulos do meu sangue são minúsculos dados que fluem e que estabelecem ligações úteis para determinar a minha acção seguinte, o meu próximo passo. Eu sou a Unidade, eu sou o Corpo. Mas pela primeira vez sinto que sofri um Evento. E eu não fui criado para sofrer Eventos. Sinto uma divisão de caminhos. Um cruzamento de escolhas. É isto que faz de ti humano? É isto que me impede de te matar agora e aqui?"
Olhou então para baixo, onde o seu pé pisava o pescoço de um homem que se debatia inutilmente contra aquele peso que o asfixiava.
"É sobre isto que me falavas há uns dias? É a isto que dás o nome de Consciência? De Deus?"


Tenho tido conversas produtivas. E quando digo produtivas, refiro-me ao facto de terem dado frutos maduros e comestíveis.
Já tenho sobremesa para o jantar.

A Google anda-me a empaturrar de comida. Abre-me o estômago (o que doí que se farta) e mete-me à força todo o tipo de comida existente no Mundo. Confesso que por momentos sabe bem, mas passado uns minutos, quando os ácidos são lançados e a digestão se inicia, sinto um certo enjoo. Resolução de ano novo: coser o meu estômago com fios de pesca resistentes.

Para compensar, tenho ido ao ginásio! No terceiro andar, ao lado da mini cozinha, atravessando-se uma floresta governada por espíritos malignos, lá estamos nós! No ginásio vazio, com uma boa vista sobre a rua da frente e pronto para fortalecer os fracos músculos.

Ando a ler como um lenhador. O lenhador corta madeira todos os dias. É o que faz da vida, é a sua vida. Numa manhã, depois de se preparar para mais um dia, reparou que já não havia mais árvores para serem cortadas. Ao lado da sua casa, estavam empilhados uns nos outros, os cadáveres das árvores.
Com isto quero dizer, que ando a ler muito. E é uma coisa que me tem dado gozo mas não sei se estou a começar a misturar estilos de autores diferentes, empilhando-os uns nos outros tal é a velocidade com que acabo os livros.

O metro. O metro é um transporte bom. Quando a sua bondade cai sobre nós, um luminoso lugar livre é nos cedido. Abrimos a mochila, tiramos o livro preto e pomo-nos a ler como se aquela viagem fosse demorar 400 anos.

Estava a falar de conversas productivas. Vivemos num aquário. Acordamos no nosso castelo de brincar, comemos e vamos dormir. E o mundo à nossa volta parece grande mas distorcido. Como uma dormência permanente.
Um dia o peixe saltou tão alto que caiu fora do aquário. Pode então ver a sua pequena casa, com o seu pequeno castelo e a sua pequena alga artificial. Passado momentos, morreu e levou consigo aquela visão.
O que é ver o mundo fora do aquário? O QUE É?! *mas ninguém respondeu, porque ninguém sabia o que era*.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Festa Indisciplinada


No momento em que o meu dedo pressionou o botão, e o flash saiu disparado da câmera, uma mancha passou à frente da sua cara. Virei a máquina para ver o resultado, e de facto eu não conseguia ver nem a sua boca, nem o seu nariz, mas os seus olhos espreitavam por entre as asas de um pássaro.

Ontem, estranhamente num Domingo, tive uma festa que a Unruly dá todos os anos. Fiquei surpreendido por este raio de empresa, onde tanto gostei de trabalhar, estar a crescer de tal forma ao ponto de fazer uma festa com carrinhos de choque, jogos, bebida, comida, pista de dança, etc. Diverti-me mas hoje paguei caro, estando um bocado cansado o dia inteiro...Alguém me perguntou "estás bem?", ao qual respondi "não consegues ver pelas minhas olheiras que estou cansado? Desanda daqui", e a tal pessoa pos-se a andar para eu nunca mais a ver. Temos de reagir assim quando alguém nos ataca desta forma.

I turn the TV on for you to sing the opening song.
Outside, life goes on and on and on.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Alquimista


"E quando se vai, não se quer voltar", disse o velho alisando a sua longa barba, "porque o deserto está cheio de miragens, demónios e visões que nos tentam e nos prendem para sempre nas suas dunas".
O rapaz ficou por momentos em silêncio, não tirando os olhos da barba do homem e por fim disse "Por mais que me tentem, a minha vontade não pode ser quebrada".
"E qual é a tua vontade?", perguntou o outro.
Mas o rapaz não sabia. Apenas confiava na força que o impelia a seguir em frente, atravessando as areias e morrendo para renascer do outro lado.


Ir a Portugal é sempre uma ressaca. Uma ressaca da vida londrina e da rotina de trabalho. Da chuva e das multidões apressadas.
Mas calma, Londres acolheu-me bem e trata-me como se seu filho fosse. Deu-me casa, pão e dinheiro. Não me posso queixar.
Mas chegar a Lisboa em sol, em luz, em mar sabe bem. As bifanas que correm de um lado para o outro, saltando para dentro de bocas pouco atentas, as casas velhas mas dignas, as pedras que adoram ser pisadas, as vistas sem fim. E cada vez que lá vou aprendo a dar mais valor à minha cidade natal, a perceber a sorte que tenho (e que todos os lisboetas têm) de viver numa cidade assim, tão rica em história e nostalgia.

Mas talvez seja por estar longe que penso assim.
Talvez se voltasse a viver em Lisboa, também me aborreceria com a rotina e desejaria viajar perdido no espaço.
Humano nunca satisfeito.

Vamos lá. Fazer pela vida e aproveitar isto ao máximo. Perseguir a minha "lenda pessoal" tal como fez o Alquimista.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Field Day


O fim de semana grande já se foi e eu continuo aqui vivo.
Depois de muita indecisão decidi-me a ir ao Field Day Festival no sábado, onde apesar de não conhecer mais de metade das bandas, pude ouvir alguma boa música e apanhar algum bom sol.
Ontem tive um lanche que se prolongou até às 3h da manhã com malta da Unruly. Comemos comida, bebemos bebida e crescemos como pessoas (ou não).

Quinta feira o avião larga-me em pleno voo em Portugal.

sábado, 2 de junho de 2012

Sozinho em Casa



She was once again lost under her own sheets. Trapped in a white cage. Suddenly her fingers felt something cold. Cold as ice. Snow.

Sozinho em casa. Escondo-me nos cantos, falo comigo mesmo e persigo fantasmas. A luz é sugada pela janela, e é lançada a escuridão sobre a cidade. Lá fora a chuva miúda cai, esmagando-se no chão duro. "Deve ter doído!", grito eu debruçado no parapeito. Mas a única resposta que tenho é a de um velho vagabundo que me manda calar porque quer dormir.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Uns no Parque, outros no Parque


Morti olhou aterrado para a prateleira. Havia guardado toda a sua comida naquela prateleira e agora estava completamente vazia. Alguém a tinha roubado recentemente visto que ainda nem o pó ali se assentara. A sua barriga protestava, roncando furiosamente, mas isto era algo a que estava habituado. Desde que o meteorito caíra na Terra, eliminando 1/3 da população global, destruindo a maior parte da fauna e flora e mergulhando o planeta num casulo de pó, ele passava fome todos os dias, guardando a sua comida num esconderijo e servindo-se o suficiente para sobreviver. Mas agora tudo tinha desaparecido. Inclusivamente a sua reserva de água potável. Respirou fundo e deixou a sua frustração e raiva acalmarem-se. "Isto bem pode ser a minha sentença de morte, mas sobrevivi até aqui não é isto que me vai fazer desistir", pensou ele pegando na sua Glock 22, que arrancara há uns meses das mãos de um polícia morto.

Este fim de semana que se aproxima é mais um fim de semana grande, em honra da Rainha. Motivo para as pessoas festejarem e justificação para saírem à rua e beberem. Por mim óptimo, visto que não trabalho e posso aproveitar para apanhar mais sol no parque e conviver como se ainda tivesse 10 anos. Mas não confio no clima londrino... ele é como uma serpente venenosa a quem não devemos confiar a nossa cria. Um dia está sol, outro dia começa a chover. Um dia ri-se, outro dia chora convulsivamente. É este tipo de feitio que Londres tem.
O bom disto tudo é que daqui a uma semana vou a Portugal e poderei matar as saudades de maneira cruel.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Barrigas inchadas


O hino nacional começou a tocar e toda a gente se levantou. De mão no peito e de boca aberta, as notas começaram a sair e encheram o estádio numa única voz. Tentando me concentrar, não resisti a olhar para trás. Lá estava ela. De pé muito direita, fingia que cantava, mas o seu olhar denunciava que a sua cabeça se encontrava noutro lugar. Na sua mão sobre o coração, tinha desenhada a caneta uma pequena caveira já meio gasta. De repente, olhou para mim e imediatamente desviei os olhos, como se houvesse ali mais qualquer coisa que me interessasse.

Sol, sol, sol e calor. Estes últimos dias têm sido perfeitos para uma boa ida ao parque e uma boa festa hipster dada em casa de amigos. Já com um ar mais saudável atrevo-me a sair à rua para cumprimentar os meus vizinhos bangladeshianos e saudar o mundo.
Hoje no trabalho, tive uma induction/conferência dentro de uma cabana de praia. E mais não digo.
Convidei também a Maria a vir almoçar comigo à cantina da Google, e suspeito que ela tenha ficado maravilhada. Eu comi tanto que fiquei com comida até ao pescoço. E ainda está a ser digerida, passado quase 10horas. Pus todos os meus trabalhadores estomacais a trabalhar. Eles têm férias pagas, não se preocupem.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Video do 26


O ar invadiu os pulmões, o recém nascido chorou, mas ninguém se manifestou.
O silêncio caíra naquele quarto de hospital e nem mesmo as enfermeiras ousaram mexer um músculo.
Aquele dia tinha começado mal, e estava a tornar-se cada vez mais estranho.
Um pneu furado, um parto difícil e agora um bebé com o olho extra. Sim, um olho suplementar cravado entre as minúsculas sobrancelhas, que ao contrário dos outros dois olhos normais, já se habituara à luz do quarto e olhava em redor curioso.
- Ajna - disse a mãe.
- Desculpe? - perguntei eu.
- O meu filho tem o olho de Ajna - disse ela sorridente.


Aqui deixo um video que fiz no dia em que me tornei no número 26.

Outra coisa,
Estamos voltados para dentro de nós, calados no comboio, vivendo em mundos diferentes.
No centro do planeta, a lava explode e no fundo do mar, a terra desaba.
Nós continuamos a viagem calados porque não conhecemos ninguém ali e queremos chegar a casa.
Engraçado não é? Como tudo acontece lá fora e podemos não dar por nada.

terça-feira, 15 de maio de 2012

2ne6





Era a terceira vez só naquele mês que caía naquele poço. Admirava-se por não ter partido uma perna ou por não ter esmagado a cabeça. Todo o santo dia, ela tinha de passar por aquele baldio para ir para a escola e embora fosse o caminho mais rápido, não era tão seguro visto que havia tigres famintos na zona e um poço que parecia mudar de sítio todos os dias. O poço apanhara-a mais uma vez e desta vez estava decidido a não deixar a sua presa escapar. As pedras húmidas riam-se dela quando tentava escalar até ao topo, para antes disso, escorregar e bater com o rabo no fundo. Só o eco subia e desaparecia no céu.

(escrevo mais uma vez em ingles só pelo gozo de saber que o segundo país que nos últimos tempos mais leu o blog foi os EUA)
One year has passed since my last birthday. And it's amazing how time runs like a crazy chicken trying to escape from death, only to fall inside a deadly pie machine (what the hell is that).
This last weekend was my anniversary weekend and of course, mother Earth gave me her best present. A bloody sunny day so that we could chill out in the park. I'm still white as a ghost, but the effort was good.
To celebrate the date I did a party in my house inviting some friends. Joana made me a cake and I asked for a wish while chewing the candle. Quite magical and stupid.

(PORTUGUESE MODE)
Também comecei finalmente o meu job na Toaster. Trabalho nos escritórios da Google e tenho direito a usar a cozinha. O almoço é preparado por um chef e é toda uma variedade que podemos escolher. Sopa? Sim senhor? Carne da boa? Alright sir. Mistela estranha mas deliciosa? Oh pode crer que servimos isso! Para além disso há frigorificos com todas as bebidas possíveis e mais sobremesas e chocolates. Será que estou a dar demasiada importância à comida?
De resto vou trabalhando como o salary man que sou.

O tempo em Londres está caótico. Chove aqui, depois troveja ali, faz também sol, ah não espera que mudei de ideias e agora toma lá um granizo na tua cara. Por favor clima britânico.. decide-te. Só de pensar que em Portugal estão 30º.. mas estou quase lá e a vingança é um prato que se servirá quente (porque lá está calor perceberam? Sim, eu sei que é de chorar a rir..).

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Up We Go!



Estou um bocado cansado para escrever visto que já é quase 1h da manhã e daqui a umas 8horas acordo, mas pensei que não deveria deixar este blog morrer. Ele preciso de comida e bebida para que o seu mecanismo interno funcione. Precisa de mastigar palavras, digerindo-as para depois seleccionar as partes mais importantes do texto. Por fim, o lixo sai e o corpo fica saciado.

Muitas novidades sumarentas.
Há umas semanas fui com a Maria fazer o making of da primeira sessão fotográfica da heavy mosh. Filmámos, fotografámos e aproveitámos o sol. Mais tarde posto o video editado..

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Não há um dia que não chova nesta terra. Que dia 7 chegue rápido..

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Farto de ser estagiário, mandei CVs como uma criança que manda aviões de papel pela janela para chatear os vizinhos. Chamaram-me para uma entrevista no Myspace e outra para a Toaster. A primeira empresa acho que toda a gente sabe o que é, e a segunda, long story short, é composta por freelancers da Google, pelo que percebi.
Myspace - os escritórios são grandes, com elevadores por toda a parte. Uma vista 360º sobre Londres. Imagino que até a casa de banho tenha vista. Bem atendido e recebido. Criar cumplicidade e mandar piadas ligeiras, check. Mostrar interesse por tudo o que se mexe à minha volta, check. Entusiasmo desmedido, check check check. A entrevista correu muito bem e uns dias mais tarde mandaram-me email a dizer que gostaram muito de mim mas, como eu não tinha muita experiência, queriam fazer um teste (Nota: eu iria ser o único designer no Myspace Uk. De estagiário honesto para Director Criativo do Myspace britânico... ok, não seria assim mas teria piada).

Toaster - entrevista nos escritórios da Google, mais precisamente numa das mesas da gigante cozinha. Acho que eu falei mais que eles, mas pude mostrar o meu portfolio e contar o porquê de querer ficar em Londres a trabalhar.
Uns dias mais tarde, a Toaster fez-me uma proposta de trabalho para começar dia 14 de Maio como junior designer! Oh yeah! Vamos lá subir mais um degrau da escada da carreira!
Começo assim segunda feira nos escritórios da Google.

De qualquer maneira, mandei o teste para o myspace hoje e amanhã eles vão me mandar feedback. Fiz contactos o que é sempre bom..!

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Comprámos um sofá para a sala.

terça-feira, 24 de abril de 2012

The Office



Naquele cofre tinha apenas duas coisas: uma rosa seca e um maço de notas que o pai lhe dera quando morrera. Todas as noites, antes de se deitar, abria o cofre e em silêncio picava o seu dedo num dos espinhos da flor. O sangue escuro brotava do seu dedo e gota a gota, caía sobre as pétalas. A rosa reanimava, o caule tornava-se forte e as pétalas tornavam-se carne.

I think now you can have an idea of what the new office looks like! Room to play, to work and to be an awesome person.

domingo, 22 de abril de 2012

Sessão

O coração era de gelo. Literalmente. 
Há muito tempo atrás, ela tinha tido um acidente quase fatal que lhe arrancara metade do peito, desfazendo parte do seu coração. Por milagre, não morrera, e após uma operação cirúrgica de 13 horas, ela acordou com um coração não de carne, mas de água petrificada e gelada. Era o seu novo coração, que não batia, mas que congelava todo o seu corpo, toda a sua juventude no tempo.

Este fim de semana foi diferente. Não é que tenha tido alguma escolha, mas por um lado fez-me bem fazer qualquer coisa que caísse fora da habitual rotina. No sábado, a pedido do Dan, fui ajudar na mudança da Unruly para o novo escritório. É todo um edifício para nós, com elevador, neons, bar, e uma grande cozinha. Há noite fui beber um copo a casa do Manel, que já não via há uns bons anos. Hoje, Domingo, eu e Maria fomos filmar o making of the uma sessão fotográfica para a Heavy Mosh. Mais tarde postarei aqui as filmagens e fotografias.

domingo, 15 de abril de 2012

Sexy Opening Credits



Sim, ele sabia que alguma coisa iria acontecer, mas não o quê ou quando. O céu encontrava-se limpo e sem nuvens, mas no ar havia um presságio de morte, como se alguma coisa tivesse ficado por dizer numa conversa. Fechou a janela e deitou-se no velho sofá de couro, procurando cair no sono. O silêncio tornava-se cada vez mais pesado e aos poucos foi relaxando, perdendo a consciência. Na escuridão da sua mente, o mesmo céu limpo que acabara de ver, estendia-se no tecto do seu sonho. Mas lá ao fundo, no limite do horizonte, nuvens pretas (ou um bando gigantesco de corvos) aproximava-se rapidamente.

Fiz este video com resto de filmagens do Mestrado. Achei mal não as aproveitar para fazer alguma coisa engraçada.

Ontem, não sei o que me passou pela cabeça, mas resolvi ir a um centro comercial novo na zona 3. De notar, que eu nunca tinha ido a um CC cá em Londres, visto que não é uma coisa tão comum como em Portugal, onde em cada esquina há um. Tendo ido com a Mariana, Francisca e Maria, passeei-me sozinho pelas lojas, enquanto elas faziam as suas compras femininas, para no fim comprar uns ténis que precisava.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Os coelhos da Páscoa


"Ainda bem que trouxe este pão com marmelada", pensou ele. Estava há meia hora na estação de comboio e o tédio apoderava-se da sua alma, roendo-a sem descanso. Há sua volta, campos verdes estendiam-se torrando-se ao sol e as cigarras cantavam tão alto que os seus ouvidos zumbiam de dor.

Páscoa. Tempo para passar com a família, comendo doces e rindo despreocupadamente da vida. Mas também podemos variar!
Como não fui a Lisboa ver os meus, fiquei por Londres, juntando-me à Francisca, mais uma solitária. Comemos beigels com manteiga e doce e bebemos chá com leite. O dedo carregava no botão do comando sem parar, fazendo zapping naquele televisão monstruosa. Acabámos a noite a ver um filme bom mas pesado e fui para casa a correr, não fosse cair uma carga de água sobre mim e levar-me para o rio.

sábado, 7 de abril de 2012

Video quente



She was 10 years old, and she had one hazel eye, and one green eye. The first could see the Past, the second, the Future. Also, she was blind as she could not see the Present time.

Já agora faço publicidade a mais um video que fiz para a Dside. A música, como sempre, não é muito o meu género, mas work é work. Estamos a tentar que estas festas no Lux tenham cada vez mais sucesso, e com sucesso virá mais trabalho para nós!

Tenho estado sozinho nesta grande casa e confesso que me sabe bem (nada pessoal obviamente). Da minha boca não saem sons e o cérebro acumula-os para mais tarde. Poupemos palavras e meditemos existencialmente.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

The Fox & the Roses


Once upon a time there was a fox. She lived in the deep forest, in a hole surrounded by roses. The roses had huge and sharp thorns that protected the fox while inside. She felt safe and wasn't afraid of anything. One day, the fox was being chased by two hound dogs. Although she had hurt herself moments before, she wasn't worried as she would soon be safe in her bed of roses. However, when she reached the hole, the roses had died, and she was killed by the two dogs.

Às vezes confesso que me custa estar em Londres. Voltou a estar um frio de rachar, que quase chega aos 0º, e as pessoas dispersam-se e ficam silenciosas. Os ponteiros do relógio da casa de banho tocam os segundos pesadamente. O tempo passa em estado sólido. Na janela, há uma estrela que brilha. Uma estrela que fica mais longe que o sol. Mas é maior, e arde mais. À volta dela, existem três planetas, mas nenhum tem vida, só gás e vapores tóxicos.

*Martim cai do céu para o real*

Hoje falei com a talent manager da Unruly para saber de outras oportunidades de emprego. Como ela trabalhou na Google e tem contactos lá, sempre seria uma mais valia eu usar este contacto e fazer os possíveis para que ela me apresente às pessoas certas.
Tenho trabalhado muito, principalmente para o novo escritório da Unruly. Fui lá hoje filmar, e medir umas coisas e fiquei espantado pela rapidez das obras. O chão prateado estava pronto a ser pisado, a madeira luzia escura, as mesas brancas esperavam pelos seus donos e os balcões das cozinhas reflectiam a minha própria imagem. Sendo uma antiga fábrica de brinquedos, o espaço tem a sua graça e será um optimo sitio para trabalhar.
Enfim.

Vou ver se marco uma viagem para Portugal para Junho.. Quero ir a Lisboa no Verão. No ano passado ainda fritei o miolo por ter de ficar cá com mais dois macacos a trabalhar. Mas faz parte da vida, e é melhor estar assim, do que passar a vida na praia, banhando-me no mar, sem preocupações, mas sem planos futuros para ser maior que o mundo inteiro.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Breakfast Club



Breakfast Club num dia de ressaca, depois de uma festa em nossa casa, foi a melhor coisa que me aconteceu. Apesar de termos esperado algum tempo na fila, valeu a pena a paciência. Como éramos 8 ficámos numa mesa comprida onde foi posta todo uma parada de comida e sumos naturais. Ovos deixavam a sua gema deslizar sobre o bacon crocante. Amoras e morangos, como se fossem há muito amantes, aconchegavam-se uns nos outros, tapando-se num cobertor de gelado de baunilha.

Um dia o Morango acordou mal humorado, atirando o cobertor para trás e saiu da cama para tomar banho. Depois da noite de ontem, Amora pensou que talvez ele tivesse razão em estar com aquele humor. Encontrara um namorado antigo, o Banana, e ficara a falar com ele a noite inteira, deixando Morango meio sozinho a um canto a beber o seu batido de humanos.

Questões profissionais. Tenho sempre medo de por aqui posts sobre a minha vida profissional, já que o blog é aberto para tod a agente. Continuo na Unruly, e lá vou eu para o 7º mês de estágio (esperemos nós). Mas tenho boas perspectivas futuras. E com isto me calo.

Têm estado uns dias de sol.. finalmente. Olho pela janela do meu quarto novo e vejo um céu azul que me faz lembrar o de Portugal. E penso.. o céu...é azul. E com isto me calo também.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Lightning Post


Lindora olhou petrificada para os estilhaços no chão. Aquele era o prato mais antigo e caro da casa, que passara de gerações em gerações e agora estava espalhado no tapete feito em pó.

O Jalles finalmente mandou-me as fotografias da muralha da China. Infelizmente perdeu as de Shanghai..

Tenho recebido elogios no kickboxing! O que levanta o meu ego até às alturas. Acho que posso dizer que estou agarrado aquilo e senti prazer em ir a cada aula. O pior é que é muito caro.. Ainda não paguei e ja fui a umas quantas aulas.

sábado, 10 de março de 2012

Kick Mosh


wow wow wow, ha quanto tempo não updato este blog? Alguém ainda o le? Alguém ainda o ve? Ou ouve e sente? Não, este blog é um deserto sem pontos ao longe. Só miragens de oasis. So coconuts a rebolar pela duna pensando serem humanos.

Hoje acordámos cedo e fomos ao kick box (sim, agora ando no kick 3 vezes por semana para ver se me exercito um bocado). Fiquei saudavelmente dorido e o sol matinal foi um plus. Para além disso finalmente esteve calor (calor de Londres..).

I've been sending CVs everywhere because I think my internship will finish this month so I need to find something else. (estou a escrever isto em inglês só para uma maior audiência ficar a saber que estou aberto a ofertas de emprego). Mas vou encontrar qualquer coisa de certeza e esperemos que seja bem paga.

Também entrei num projecto chamado Heavy Mosh com a Maria e seus amigos. Já agora faço um bocado de publicidade. Isto pode muito bem crescer ao nivel de eu viver so disto, mas é preciso trabalhar muito e bem.
Mostro aqui dois teasers que fiz (a música é meio pesada mas ultrapassem isso e concentrem-se nas imagens):

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Está Ocupado


Começámos há uns tempos um novo projecto com amigos da Maria. Ainda não podemos falar muito sobre isso, mas involve música, festas, entrevistas, video, branding, comunicação, etc. Ficam com uma ideia geral do que é e nem precisam de adivinhar.

Tenho gostado de trabalhar na Unruly. Sinto-me à vontade lá dentro, estou sempre ocupado e dou-me bem com os estagiários. Jogo matraquilhos todos os dias e como que nem um boi dos montes.

Ontem tivemos um evento no Rich Mix, que é um bar em Shoreditch/Brick Lane. Fomos em manada para lá, bebemos uns copos, sentámo-nos num "teatro" a ver Videos Virais, rimos, e voltámos a beber, desta vez cocktails (que não adorei mas foi uma boa ideia). Gosto destas iniciativas que a Unruly faz porque tenho a oportunidade de falar com pessoas que normalmente não falaria (de dentro e fora da empresa), e conversar sobre outros assuntos que dentro do escritório parecem despropositados.
Não sei se já contei mas a nova sede da Unruly é GIGANTE. Quatro andares, salas para todos, muito, muito espaço e para além disso a equipa de Design está responsável pela parte gráfica do novo escritório. Gostava de ficar até eles se mudarem. Nunca se sabe.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O tempo passa e tudo se torna passado.


Não tinhamos dinheiro para ar condicionado e por isso o calor sufocava aquele pequeno estúdio alugado. A planta que comprara há uma semana secara e morrera. Muito provavelmente pela temperatura (e talvez pela minha falta de cuidado). Levantei-me da cama e deixei a luz entrar pelas persianas. Toda a cena ficou revestida por uma fina e quase transparente camada de tinta amarela mas os ombros dela estavam brancos como cal.

Como não tenho fotografias recentes, deixo aqui uma montagem de algumas fotografias tiradas na passagem de ano.

Acordei hoje muito tarde, com uma pequena ressaca por termos ido sair ontem para o Proud. Este club fica em Camden, nas antigas cavalariças. Teve a sua piada entrar lá dentro e ver pessoas a dançar nos compartimentos onde antes dormiam cavalos.

Tenho continuado na Unruly e estou a gostar muito. Dou-me muito bem com os novos estagiários e lá vou fazendo tudo o que me pedem.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Snow, you're late.


Estou temporariamente em casa da Maria e amigas (desculpem não especificar mais), enquanto não arranjo um bom espaço para mim. Ontem caiu um nevão e.. não me consigo concentrar porque as galinhas cacarejam! Ficou tudo branco e aproveitámos para fazer uma guerra de bolas de neve. Foi uma situação um bocado feliz de mais.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Reboot




Mais algumas fotografias da viagem.

Novidades: Tive hoje uma quick chat na Unruly e recomeço a trabalhar amanhã! Eles não têm muito budget por isso vou estagiar por um mês e se provar que sou mesmo bom talvez possa lá ficar com uma posição fixa. Muita pressão portanto..

Está cada vez mais frio por cá! Nada bate o frio da China de qualquer maneira..IS THAT ALL YOU GOT LONDON??! Bring.It.On.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Vou à China, já volto.







Ni hao! Depois de três semanas passadas na China, cá volto eu para a rotina inglesa, bebendo earl grey às 5h da tarde e usando a minha cartola impecavelmente apresentável.
Apanhei o avião para Pequim com o António e Jalles mas fomos todos em lugar separados, uns em segunda classe, outro na primeira (fiquemos por aqui). Apesar de estarmos cruelmente desconfortáveis, não conseguindo encontrar posição para dormir, gosto de viagens compridas e demoradas. O facto de estarmos em movimento, de um lado para o outro com mais uma quantidade enorme de pessoas, é como uma quebra relaxante para mim. Temos tempo para ler, ver filmes e uma desculpa para pensar, olhando o vazio da nossa mente, mergulhando lá dentro e saindo de lá com o maior peixe que já alguma vez vimos. Um peixe prateado e reluzente, sacudindo-se violentamente das nossas mãos para voltar para àquele lago escuro. Conclusão: na minha cabeça não existe um cérebro, mas um grande animal aquático e vertebrado.
Mas não me quero dispersar..
No primeiro dia em que eu e António nos aventurámos por Pequim, fomos quase aldrabados na praça de Tianament, onde um enorme retrato de Mao Tsé-Tung está pendurado à porta da cidade proibida. Fomos abordados por dois chineses que simpaticamente quiseram saber de onde vinhamos e bla bla bla. Por ingenuidade, lá continuei a conversar, fazendo perguntas sobre a história da China, até que eles nos sugeriram que fossemos a uma casa de chá, que ficava numa rua cheia de gente e com casas tipicamente chinesas (digo eu). A entrada da tal casa era estranha, e o chinês parecia que conhecia os lojistas. No momento em que nos íamos sentar, o António, que já andava desconfiado desde o começo, disse que nos tínhamos de ir embora e depois de eles quase implorarem que ficássemos, saltámos dali com a desculpa de que nos tínhamos de encontrar com um amigo. Até aí não tinha percebido que era um scam, mas quando cheguei a casa e pesquisei sobre as possíveis aldrabices na China, li sobre uma que se chamava "tea ceremony scam". Resumidamente, eles fazem conversa com estrangeiros, levamo-nos para uma casa de chá e depois, a conta vem com um número exorbitante. Se nos recusarmos a pagar, levamos uma carga de porrada (suponho). A desconfiança do António parece que nos salvou..

Nos dias seguintes, fomos a sítios tipicamente turísticos, como o Temple of Heaven, Summer Palace, Beijing National Stadium, os hutongs (bairros antigos chineses de Pequim), e a muitos muitos mais templos. Não achei a cidade especialmente bonita (e a poluição e as constantes cuspidelas para o chão não ajudam nada) mas o que é grande, é mesmo grande. As praças são gigantes, os templos são espantosamente construídos, cheios de detalhes e decorados com frescos, e os lagos congelados servem de ringue de patinagem para as pessoas se divertirem.
Foi também em Pequim que pela primeira vez me senti uma celebridade ou um famoso jogador de futebol! Perdi o número de vezes que chineses vieram ter connosco para tirar fotografias com eles. Ao princípio estranhei, porque não conhecia aquela gente de lado nenhum, mas depois comecei a ganhar o gosto e agora estou viciado. No Temple of Heaven, um enorme grupo de miúdos veio a correr ter connosco aos berros a pedir para que aparecêssemos na fotografia.

Também fui a Shanghai passar o ano novo chinês. Ficámos num hostel chamado "Captain Hostel", numa camarata com mais gente. Achei a cidade muito mais ocidentalizada que Pequim, com ruas bem iluminadas, grandes edifícios com inspiração art deco e um grande passeio que se estende ao lado do rio. Na noite da passagem de ano, fomos para a varanda do restaurante onde estávamos, para ver o fogo de artifício. Acho que nunca tinha visto um espectáculo destes tão perto. Os foguetes rebentavam literalmente em cima das nossas cabeças, fazendo com que levássemos restos do fogo nas nossas caras. Foi espectacular.

De volta a Pequim aproveitámos para ver o que ainda nos faltava, como a Muralha da China. Talvez por termos ir para a parte da muralha mais turística, o sítio estava a abarrotar de pessoas. A paisagem parecia tirada de um filme, com a muralha a serpentear por entre as montanhas e uma fina neblina ao longe que oferecia um certo ambiente místico à cena. Aviso: para se passear na montanha é preciso um bom par de coxas e muito vontade de ver o que vem mais para a frente. Às vezes o caminho era tão inclinado que só conseguia ver o rabo da pessoa que estava à minha frente. Como não fui à muralha da China para ver rabos alheios, usei toda a minha força pernal para escalar cada um dos caminhos que davam para as torres de vigia.

O Jalles vive em Pequim com uma amiga mexicana chamada Militza. Fomos muito bem recebidos pelos dois, e a casa era confortável até dizer chega. Bons sofás, grande televisão plasma, e uma grande cama. Ainda ficámos algumas noites a ver filmes, já que havia dois canais que só passavam os últimos hits cinematográficos. MAS CALMA, também fomos sair à noite obviamente... O patrão do Jalles, tinha sempre uma mesa na disco, onde podíamos beber champanhe e outras bebidas à vontade, rodeados de belas modelos asiáticas (algumas vá).

Quanto à comida, não, não cheguei a comer escorpiões ou gafanhotos, mas não me importo já que comi noodles até me fartar. Literalmente comi isto todo o santo dia e confesso que no último já estava a ficar enjoado de tanta massa. De qualquer maneira, comi sempre muito bem, experimentando diferentes pratos nos restaurantes e também tendo saboreado com prazer e água na boca o famoso pato à Pequim. Um suculento e depenado pato, enrolado em finas panquecas com verduras e molhos a acompanhar.

Lingua, oh shit. É complicada. Cheia de tons diferentes e palavras que não são nada familiares com as línguas latinas, o mandarin é lixado com uma lixa bem lixada. No entando, o Jalles e todos os seus amigos são prova viva de que se aprende bem e se pode ser fluente em chinês.
Ainda me aventurei, comprando bilhetes de metro e pedindo comida nos restaurantes (uma vez pedi duas Colas e trouxeram-me duas panquecas..). A expressão que mais usámos foi "bu yao", que quer dizer "não quero" e que nos serviu para afugentar os vendedores que podiam ser um bocado chatos.

Mais uma viagem para a lista e mais uma experiência de que vou sentir falta. Faz-me bem de vez em quando voar para o outro lado do mundo, relaxar e ser um turista no verdadeiro sentido da palavra (qual é o outro sentido, perguntam vocês? Não sei). Agora de volta, tenho de me concentrar em encontrar casa e trabalho. Amanha tenho uma quick chat na Unruly. Vamos ver o que sairá dali..!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Ch-Change


E parece que a vida nesta humilde casa acabou! Osborn Street acolheu-nos durante um ano e aceitou-nos sem fazer perguntas, nem questionar o nosso passado de criminosos. Cheguei a Londres dia 6 de Janeiro de 2011!

Tivemos uns problemas com a agência. No dia em que fui com a Maria buscar a caução que demos no princípio do ano, fizeram uma confusão qualquer e não sabiam que íamos sair. Long story short, só nos queriam dar parte da caução enquanto procuravam outras pessoas para nos substituir. Falei com o resto da casa, lemos melhor o contrato e lá foram o Miguel e João discutir que tinhamos direito a receber o dinheiro na sua totalidade porque o contrato era só de um ano. Pediram desculpas pela confusão, ofereceram-nos um copo no hotel e prometeram-nos devolver a caução quando tivéssemos apresentado as contas pagas.

O dia de ontem foi passado a fazer mudanças entre a nossa casa e a casa da Mariana, Ines e Joana. A casa delas parece um bordel de malas, cada uma em cima da outra, tudo amontoado sem qualquer sentido na vida. O João e a Francisca vão se mudar na quarta para a nova casa deles, o Miguel já se mudou, o Tomás para casa da Inês.

Quarta lá vou eu reencaminhado para a China.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

2Ø12


Mergulhado na escuridão total, perguntou-se se não teria mesmo morrido e ido para o outro mundo. No entanto, tudo levava a crer que estava vivo. Apesar de não haver qualquer estímulo visual ou auditivo, os seus sentidos estavam estranhamente alerta e despertos. O ar cheirava ligeiramente a mofo e o chão era revestido por uma grossa alcatifa que abafava qualquer ruído. Não, não estava morto, mas aquela já não era a realidade que ele conhecia.

Bom ano! Gostava de começar com o cliché de dizer que este ano passou a correr.. mas passou, não passou? Ainda há uns tempos estava eu com sérias dúvidas se valeria a pena vir para cá e agora que tudo passou posso dizer que não me arrependo, tendo feito muitos amigos e aprendido muito no trabalho e na universidade. Já posso também dizer que vivi um ano fora de Portugal, embora as saudades apertem, cortando a circulação do meu coração por uns momentos.

Em Portugal apanhei um tempo do caraças. Sol para aqui, sol para ali. Até cheguei com uma cara saudável a Londres!
A passagem de ano foi muito boa, obrigado. Mais tarde posto uma montagem com fotografias.

Destino do blog: incerto. Interessa continuar a escrever visto que o periodo de aventura e self-exposure já passou? Não será agora uma mera desculpa para escrever sem qualquer motivo?