quinta-feira, 31 de maio de 2012

Uns no Parque, outros no Parque


Morti olhou aterrado para a prateleira. Havia guardado toda a sua comida naquela prateleira e agora estava completamente vazia. Alguém a tinha roubado recentemente visto que ainda nem o pó ali se assentara. A sua barriga protestava, roncando furiosamente, mas isto era algo a que estava habituado. Desde que o meteorito caíra na Terra, eliminando 1/3 da população global, destruindo a maior parte da fauna e flora e mergulhando o planeta num casulo de pó, ele passava fome todos os dias, guardando a sua comida num esconderijo e servindo-se o suficiente para sobreviver. Mas agora tudo tinha desaparecido. Inclusivamente a sua reserva de água potável. Respirou fundo e deixou a sua frustração e raiva acalmarem-se. "Isto bem pode ser a minha sentença de morte, mas sobrevivi até aqui não é isto que me vai fazer desistir", pensou ele pegando na sua Glock 22, que arrancara há uns meses das mãos de um polícia morto.

Este fim de semana que se aproxima é mais um fim de semana grande, em honra da Rainha. Motivo para as pessoas festejarem e justificação para saírem à rua e beberem. Por mim óptimo, visto que não trabalho e posso aproveitar para apanhar mais sol no parque e conviver como se ainda tivesse 10 anos. Mas não confio no clima londrino... ele é como uma serpente venenosa a quem não devemos confiar a nossa cria. Um dia está sol, outro dia começa a chover. Um dia ri-se, outro dia chora convulsivamente. É este tipo de feitio que Londres tem.
O bom disto tudo é que daqui a uma semana vou a Portugal e poderei matar as saudades de maneira cruel.

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