quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Cabeça de Vaca



A vida por cá continua, com algumas mudanças e outras novidades. Por Portugal aposto que as coisas continuam iguais, mas talvez mais aquecidas.

No outro dia fui à exposição no Tate do Damien Hirst. Adorei. Mas percebo quem não goste. Os temas (nascimento, vida, morte) são exploradas de formas chocantes e originais que nos enojam e fascinam. A cabeça de vaca descansa sobre o seu próprio sangue e as moscas alimentam-se, sugando o sangue da língua descaída. Acho engraçado como as pessoas ficam atordoadas por verem tal peça, mas ao mesmo tempo deixam-se ficar bons minutos com os olhos postos naquele espectáculo. O sangue, mais propriamente, a Morte fascina-nos, talvez por nunca a virmos a conhecer enquanto vivos. Se é que isto faz algum sentido. Se estamos vivos, estamos vivos, se estamos mortos, estamos mortos. No momento em que conheceremos a Morte, já ela terá tomado conta do nosso corpo.